Na Bíblia, a ideia de ser "filho de Deus" não é automaticamente aplicada a todas as pessoas apenas por existirem. Embora todos sejam criados por Deus (Gênesis 1:27) e, nesse sentido, estejam sob Sua soberania, o título de "filho de Deus" no sentido espiritual e relacional é reservado àqueles que entram em um relacionamento específico com Ele por meio da fé.
De acordo com o ensino bíblico, o pecado separou a humanidade de Deus (Romanos 3:23: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"). Essa separação implica que, em um estado natural, as pessoas não são consideradas "filhos de Deus" no sentido de terem comunhão direta com Ele. Em Efésios 2:3, por exemplo, Paulo descreve os seres humanos antes da conversão como "filhos da desobediência" ou "filhos da ira", indicando uma condição de afastamento.
O Novo Testamento ensina que a filiação divina é um privilégio concedido por meio da fé em Jesus Cristo. Veja algumas passagens-chave:
João 1:12 "Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome." Aqui, a filiação é condicional à aceitação de Cristo.
Gálatas 3:26: "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus." Isso reforça que a filiação vem pela fé, não por nascimento natural.
Romanos 8:14-15: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. [...] Recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai." A adoção espiritual ocorre quando alguém é transformado pelo Espírito Santo.
Todos são criaturas de Deus, mas nem todos são filhos no sentido redentivo. Jesus, em João 8:44, falando com alguns líderes religiosos, diz: "Vós tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai." Isso sugere que, espiritualmente, aqueles que rejeitam a Deus estão alinhados com outra "paternidade" até que sejam reconciliados com Ele.
A oferta de se tornar filho de Deus é universal (2 Pedro 3:9 "Deus não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento"), mas exige uma resposta pessoal. Em 1 João 3:1, lemos: "Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus." Esse "fôssemos chamados" indica uma transição para um status especial, não uma condição inata de todos.
Universalidade da criação: Todos são feitos à imagem de Deus (Gênesis 1:27) e dependem Dele para existir (Atos 17:28). Nesse sentido, há uma relação básica com Deus como Criador.
Particularidade da filiação: A Bíblia reserva o termo "filhos de Deus" para aqueles que são regenerados espiritualmente, adotados na família de Deus por meio de Cristo. Isso implica uma relação íntima, de herança e comunhão (Romanos 8:17).
Exame pessoal: Esse ensino convida cada pessoa a refletir sobre seu relacionamento com Deus. Sou apenas uma criatura ou um filho adotado pela fé?
Evangelização: A distinção destaca a importância de compartilhar o evangelho, pois a filiação divina é oferecida a todos, mas depende de uma decisão.
Humildade: Reconhecer que ninguém é "filho de Deus" por mérito próprio, mas pela graça (Efésios 2:8-9).
Nem todos são filhos de Deus no sentido bíblico pleno, pois essa filiação é um dom dado àqueles que creem em Cristo e são transformados pelo Espírito. Enquanto todos são criados por Deus e amados por Ele, o status de "filho" é reservado para os que aceitam Sua redenção. Se quiser aprofundar algum versículo ou aspecto desse estudo, é só pedir!